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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Fathi Hammad, ministro do interior do Hamas


Fathi Hammad (فتحي حماد) é o atual ministro do interior do governo do Hamas, mas graças aos seus rompantes de honestidade -- apenas em árabe, claro! -- ele bem que poderia ocupar o cargo no ministério da verdade.

Aqui Hammad discursa em Gaza, não só admitindo o uso de mulheres e crianças como escudos-humanos, mas também louvando a prática.

[Os inimigos de Alá] não sabem que o povo palestino tem desenvolvido seus métodos de morte e de busca da morte. Para o povo palestino, a morte tornou-se uma indústria na qual as mulheres se destacam, assim como todos que vivem nesta terra. Os idosos se destacam nisso, assim como os mujahidin (guerreiros santos) e as crianças. É por isso que formam escudos humanos com mulheres, crianças, idosos e com os mujahidin, a fim de desafiar a máquina de bombardeio sionista. É como se estivessem dizendo ao inimigo sionista: "Nós desejamos a morte assim como vocês desejam a vida."



Algum tempo depois, em um programa na televisão egípcia, ele pede combustível ao governo do país e afirma que os palestinos na verdade são egípcios e sauditas. 


Fathi Hammad: O Egito é incapaz de fornecer combustível para 2 milhões de pessoas na Faixa de Gaza?
[...]
Se vocês não apontarem suas bússolas para a Palestina, al-Aqsa e Jerusalém, a fim de erradicar o inimigo sionista, os EUA vão esmagar vocês. Eles vão cerca-los com suas conspirações e acabar com vocês. Portanto, vocês devem erguer a bandeira da Jihad, a bandeira do "não há deus senão Alá".
[...]
Irmãos, existem 1,8 milhões de nós em Gaza. No Egito, há cerca de 90 milhões de pessoas. Somos equivalentes a apenas dois por cento da população egípcia. [fornecer combustível para Gaza] não vai sobrecarregá-los de forma alguma.
[...]
Em al-Aqsa e na Palestina, todas as conspirações ao longo da história foram destruídas - as conspirações dos cruzados e as conspirações dos tártaros. Em al-Aqsa e na terra da Palestina, a Batalha de Hattin foi travada. O [Ocidente] não quer que esta nobre história se repita, porque os judeus e seus aliados seriam aniquilados - os sionistas, os americanos e os imperialistas.

Assim, a conspiração é muito clara. Al-Aqsa e a terra da Palestina representam a ponta de lança para o Islã e para os muçulmanos. Portanto, quando buscamos a ajuda de nossos irmãos árabes, não estamos procurando a sua ajuda para comer, viver, beber, vestir, ou para ter algum luxo. Não. Quando buscamos a ajuda deles, é para continuar a jihad (gerra santa contra os infiéis)
[...]
Alá seja louvado, todos nós temos raízes árabes e todos os palestinos, em Gaza e em toda a Palestina, podem provar as suas raízes árabes - seja da Arábia Saudita, do Iêmen, ou em qualquer lugar. Nós temos laços de sangue. Então, onde está o seu carinho e misericórdia?
[...]
Pessoalmente, metade da minha família é do Egito. Somos todos assim. Mais de 30 famílias na Faixa de Gaza têm o sobrenome al-Masri [o "egípcio"]. Irmãos, metade dos palestinos são egípcios e a outra metade são sauditas.

Quem são os palestinos? Temos muitas famílias chamadas "al-Masri", cujas raízes são do Egito. Egípcios! Eles podem ser de Alexandria, do Cairo, de Dumietta, a partir do norte, a partir de Aswan, do alto Egito. Somos egípcios. Somos árabes. Somos muçulmanos. Nós somos uma parte de você.

Allah Akbar! Todo louvor a Deus. Allah Akbar! Como vocês podem ficar em silêncio, oh muçulmanos, quando o povo de Gaza está morrendo? Vocês assistem do lado de fora sem fornecer-lhes as coisas mais simples, que vocês oferecem para o Ocidente pelos mais baixos preços.
[...]

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Faixa de Gaza - O que faz essa multidão diante de um míssil? Ou: “Cada árvore e cada pedra gritará: ‘Oh, Muçulmanos! Oh, servos de Alá! Há um judeu atrás de mim, venha e mate-o”




Milhares em uma praça de Gaza para saudar os 25 anos de Hamas e… o fim de Israel. Majestoso, um foguete assistia a tudo!
Khaled Meshaal, o líder mais importante do Hamas, que vive no Catar – esta estranha tirania que dá apoio à dita Primavera Árabe… –, visitou neste sábado a Faixa de Gaza. Falando a uma multidão, que se estimou em 500 mil pessoas, sob as bênçãos de um foguete M75, de fabricação iraniana, Meshaal deu a sua contribuição à paz: afirmou que o Hamas jamais reconhecerá Israel, que todo o território é palestino “do rio ao mar, do Sul para o Norte”, referindo-se ao Rio Jordão e ao Mar Mediterrâneo. Segundo ele, os palestinos não darão um centímetro de terra a Israel – que, nessa hipótese, desapareceria. “Nunca vamos reconhecer a legitimidade da ocupação israelense e, portanto, não há legitimidade para Israel”. Volto a ele daqui a pouco. Vamos lembrar aqui algumas coisinhas.

A ONU
Enquanto todos os progressistas e as pessoas boas do mundo, inclusive do Brasil, aplaudiam de pé a admissão da Autoridade Palestina como estado observador da ONU, eu, que não sou nem progressista nem bom (segundo os sábios da militância ao menos), advertia que as consequências caminhariam num sentido oposto ao pretendido. Haveria mais dissabores do que soluções. Aliás, fui mais longe do que isso e afirmei que mais lucrariam os terroristas do Hamas do que Mohamed Abbas, o presidente da Autoridade Palestina. Reproduzo um trecho do artigo publicado no dia 30 de novembro: 
“É uma tolice supor que a decisão de ontem vá fortalecer a sua posição [de Mohamed Abbas] contra o Hamas. A facção que governa Gaza também comemorou o resultado (…) É evidente que as nações que votaram em favor do reconhecimento expressaram uma espécie de censura ao país que se defende, o que é um escândalo moral. Como é o Hamas a força que hoje se apresenta para o confronto, mais os terroristas lucraram com o evento aloprado de ontem do que Abbas.”
Pois é…
Não tenho bola de cristal, só lógica elementar. Era, como se vem mostrando, estupidamente imprudente aceitar a existência de um estado que, por razões que nem preciso demonstrar, estado não é. Quando menos, seria necessário que esse ente estivesse sob um só comando, o que é falso. Os terroristas do Hamas governam a Faixa de Gaza; a Cisjordânia é governada pelo Fatah. Em seu discurso, Khaled Meshaal pregou a união das duas correntes. Como o Hamas não abre mão de sua forma de luta, o acordo só acontecerá se Abbas voltar ao terrorismo.
Pois é… Que sentido faz a ONU reconhecer a Palestina como estado, ainda que observador, se essa condição depende, necessariamente, de negociações bilaterais – no caso, com Israel? É evidente que se tratou de uma ação hostil, e isso sempre enseja reações. O governo israelense cortou repasse de recursos à Autoridade Palestina e decidiu construir mais três mil residências em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia.
Ouvi certo alarido: “Você não vai condenar Israel? Não vai?”. É inegável que a decisão não colabora com a paz, mas me pergunto se alguém, de fato, esperava que não houvesse uma reação… Ora, se a Autoridade Palestina acha que o interlocutor não é Israel, por que Israel deve achar que é a Autoridade Palestina? Tem início a escalada da irracionalidade. E antevi alguma grande bobagem palestina como fruto da excitação. Pimba! Antes que continue, uma lembrança: o governo brasileiro, seguindo os passos de alguns outros, chamou o embaixador de Israel para cobrar explicações. Dos companheiros do Hamas, ninguém vai cobrar nada…
Os terroristas não querem negociar, deixa claro seu líder máximo. Querem a destruição de Israel e fim de papo! Eu sei disso faz tempo porque já li o Estatuto do Hamas, publicado neste blog.  O Artigo 2º é de lascar! Eis aí o que o PT gostaria de ser (em vermelho):

“Art. 2º O Movimento de Resistência Islâmica é um dos ramos da Irmandade Muçulmana na Palestina. A Irmandade Muçulmana é uma organização global (universal) e é o maior movimento islâmico nos tempos modernos. Ela se distingue por seu profundo entendimento e sua precisão conceitual e pelo fato de englobar a totalidade dos conceitos islâmicos em todos os aspectos da vida, em ideias e crença, na política e na economia, na educação e assuntos sociais, em matérias judiciais e em matérias de governo, na pregação e no ensino, na arte e nas comunicações, no que deve ser secreto e no que deve ser transparente, bem como em todas as áreas da vida.
Uau! É o que o PT quer ser quando crescer: cuidar de tudo! O que vai acima é a síntese de uma ditadura religiosa. Pois bem! A cada vez que leio sugestões para que Israel negocie com o Hamas, eu me lembro das palavras do seu estatuto. Logo na introdução, a gente lê:
“Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele.”

Leiam agora o que diz o Artigo 7º:

Art. 7º Em todos os países do mundo encontram-se muçulmanos que seguem o caminho do Movimento de Resistência Islâmica, e tudo fazem para apoiá-lo, adotando seu  posicionamento e reforçando a sua Guerra Santa (jihad). Por isso, é um Movimento universal, qualificado para esse papel devido à clareza de sua ideologia, superioridade de seus fins e sublimidade de seus objetivos. Nessas bases é que deve ser visto e avaliado, e é nessas bases que seu papel deve ser reconhecido.
(…)
o Movimento de Resistência Islâmica aspira concretizar a promessa de Alá, não importando quanto tempo levará. O Profeta, que as bênçãos e a paz de Alá recaiam sobre ele, disse: “A hora do julgamento não chegará até que os muçulmanos combatam os judeus e terminem por mata-los e mesmo que os judeus se abriguem atrás de árvores e pedras, cada árvore e cada pedra gritará: “Oh, Muçulmanos! Oh, Servos de Alá, há um judeu atrás de mim, venha e mate-o”.
Voltei
Esse é o Hamas que muitos pretendem que esteja se tornando menos radical. Quando a ONU reconhece o estado palestino como observador, queira ou não, está admitindo tanto esse horizonte como os métodos empregados para alcançá-lo.
Assim, saibam os senhores, enquanto o Hamas estiver no comando de uma parte do povo palestino, não há nem o que negociar. E o tal Khaled Meshaal deixou isso bastante claro! Ele foi mais longe: anunciou que o movimento pretende praticar novos sequestros de soldados israelenses para obter a liberação de terroristas palestinos presos.
Não obstante, quem é chamado a dar “explicações” no Brasil e em alguns outros países é Israel. O Hamas, como se nota, não precisa explicar nada. Basta tentar matar judeus atrás de pedras e árvores e cultuar um míssil com devoção quase religiosa.
Eis aí um dos desdobramentos práticos daquela votação irresponsável, que contou com o apoio entusiasmado do governo Dilma: em vez da paz, bomba!
Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Colunista egípcio sobre o bloqueio israelense/egípcio de Gaza: "Devemos [o povo egípcio] rezar a Alá para nos prejudicar com tal bloqueio"



 Tomates em um suq [mercado] na Faixa de Gaza


Em sua coluna no jornal egípcio Rooz al-Yousuf, no dia 29 de junho de 2010, Muhammad Hamadi apresentou estatísticas de um site do Hamas mostrando que, apesar de toda a conversa sobre um bloqueio a Faixa de Gaza, e em contraste com alegações de que o Egito tem um culpa na fome do povo palestino, há tantos bens de consumo em Gaza que a oferta é maior do que a demanda -- e, como resultado, o preço de aves e carne de boi é mais baixo lá do que no Egito.



Segue abaixo a tradução de trechos do artigo.

O Hamas "passou para a resistência online e na mídia"
"Depois que o movimento [Hamas] abandonou a resistência real e virou-se para a resistência virtual e nos meios de comunicação, um dos muitos sites do Hamas publicou um importante relatório comparando os preços de bens de consumo no Egito e em Gaza."

"O relatório afirma: um quilo de melancia em Gaza custa menos do que uma lira egípcia, enquanto no Egito custa mais de duas liras; um quilo de tomates em Gaza custa menos de metade de uma lira, enquanto no Egito custa 1,50 lira; um quilo de batatas em Gaza custa metade de um lira, enquanto no Egito custa duas liras; um quilo de cebolas em Gaza é uma lira, enquanto no Egito um quilo de cebolas custa 1,50 lira; um quilo de alho em Gaza custa 10 liras egípcias, enquanto que no Egito o mesmo produto custa 15 liras."

 A fartura em Gaza contrasta com a escassez de alimentos no Egito


"Um quilo de carne de frango no Egito custa 20 liras, e em Gaza o mesmo produto sai por apenas 10 liras. O preço médio de um quilo de carne no Egito é de 60 liras, enquanto na Gaza 'sitiada' ele sai por cinco liras. Uma bandeja de ovos no Egito custa 19 liras, enquanto em Gaza é apenas 10 liras."


De que bloqueio eles estão falando?
"Essa comparação de preços entre o Egito e a Faixa de Gaza, que foi sitiada por três anos -- ou assim eles dizem -- mostra que a vida em estado de sítio é mais barata, mais conveniente e mais fácil..."

"Então, de que cerco eles estão falando? Será que o bloqueio causa queda de preços? E como bens de consumo estão fluindo em Gaza apesar do bloqueio?"

"Estas questões não estão sendo levantadas [aqui], na expectativa de uma resposta do Hamas. Elas são dirigidas a todos os simpatizantes do Hamas aqui no Egito, que não vêem nada de errado em acusar seu próprio país de trair a causa palestina e de deixar o indefeso povo palestino morrer de fome com um cerco opressivo em Gaza."

"Se assim é [a vida] em Gaza sob bloqueio, então o povo egípcio, que tem sido queimado pelo fogo dos preços e que ainda pega parte de sua limitada renda para salvar os moradores de Gaza sob cerco, [deve] orar a Alá para ferí-los com [tal] cerco, caso o bloqueio vá causar a queda de preços e permitir que cada cidadão comum possa comprar ovos, carne e aves, assim como fazem os moradores de Gaza."


O repórter dinamarquês Steffen Jensen descreve a mesma fartura e questiona onde está a crise humanitária em Gaza. As fotos contidas nesse post foram retiradas de sua reportagem.

Faixa de Gaza, "o campo de concentração a céu aberto"


Faixa de Gaza


É comum nos dias de hoje ver jornais e emissoras de TV ocidentais se referindo a Faixa de Gaza como um "campo de concentração a céu aberto". Mas jornalistas que tivessem a coragem de fugir do lugar comum e da já obrigatória narrativa vitimista ao noticiar assuntos relacionados aos palestinos esqueceriam a propaganda esquerdista da CNN e do The Guardian e dariam mais importância para os relatos de jornalistas árabes e israelenses.


Um jornalista do diário egípcio Al-Ahram confirmou aquilo que todos os repórteres ocidentais sabem, mas se recusam a revelar: que Gaza não está realmente fechada num cerco e que qualquer opressão sentida pelos palestinos locais é causada pelos outros árabes, e não por Israel.


Crazy Water Park, o parque aquático oficial do 'campo de concentração' de Gaza

(O parque foi interditado pelo Hamas, pois ele permitia que homens e mulheres entrassem em suas piscinas ao mesmo tempo. Alguns meses depois ele foi incendiado por 40 homens mascarados.)


Ashraf Abu al-Houl escreveu ainda: "a visão das mercadorias e dos luxos que enchem as lojas de Gaza espantou-me". Não apenas isso, mas o jornalista também descobriu que a maior parte dos bens pode ser comprada em Gaza a preços muito mais baixos do que no Egito porque em Gaza "a oferta é muito maior que a procura."

Tal como alguns poucos jornalistas ocidentais tiveram coragem de relatar, esse fato levou al-Houl ao reconhecimento de que o limitado embargo israelense a Faixa de Gaza controlada pelo Hamas "é formal ou político, não econ
ômico". Em outras palavras: Israel não está causando uma crise humanitária ou econômica em Gaza.

Há contudo pobreza generalizada em Gaza, mas que é fruto da corrupção, existindo um grande fosso entre "os que têm" e "os que não têm".

Al-Houl entrevistou o activista político Mustafa Ibrahim, que contou que cerca de vinte por cento dos habitantes de Gaza controlam quase toda a riqueza do território, e quase todos eles estão afiliados de perto com o movimento Hamas, que dirige o governo local. Os habitantes ricos de Gaza investem fortemente na indústria do lazer e gastam desordenadamente, ao mesmo tempo que cobram taxas vergonhosamente caras para luxos básicos, como por exemplo frequentar uma praia.

Entre o resto da população, o desemprego atinge aproximadamente os 45%, e esses são os habitantes de Gaza constantemente apresentados pela mídia ocidental como "produtos" da assim chamada "opressão israelense".

A reação mundial a essas imagens transmitidas pela mídia é inundar Gaza com mais ajuda humanitária, que passa pelas mãos dos ricos, acabando por torná-los ainda mais ricos, ao passo que os pobres ficam mais pobres...


As autoridades israelenses têm vezes sem conta aludido a esta situação no passado quando avisavam que não havendo hoje uma crise humanitária em Gaza, a comunidade internacional vai acabar por criar uma ao entregar-se nas mãos da elite corrupta do território.