Judeus rezando no Muro das Lamentações no ano de 1889
Em 1854, antes mesmo do início do movimento sionista (sua primeira convenção foi no ano de 1897), a população judaica da Palestina já era de dezenas de milhares. De acordo com o censo Otomano, como reportado por Marx, a maioria da população de Jerusalém era judia já em 1844.
Como sabemos, Karl Marx não demonstrava nenhum apreço por suas origens judaicas (seus pais eram judeus convertidos ao protestantismo). No seu "A questão judaica" (1843) ele é tão virulentamente anti-judeu que até anti-semitas austríacos costumavam republicar seus escritos.
Já em cartas endereçadas a Engls ele se referia aos seus oponentes com origens judaicas em termos tão odiosos que hoje o levariam a prisão. Apesar de tudo isso, em um artigo escrito em 1854, após uma viagem para a Palestina sob o domínio do Império Turco Otomano, Marx focou sua atenção na vida dos judeus da Terra Santa. Curiosamente, esse artigo parece ser o único momento de sua vida em que ele demonstra alguma empatia para com os judeus:
Publicado no New York Daily Tribune em 15 de abril de 1854. Ver Marx/Engels, Collected Works, Volume 13 (1980), pp. 100-108. A passagem citada aparece nas páginas 107-108.“Os muçulmanos, formando cerca de quarta parte do todo, e constituídos por turcos, árabes e mouros, são, naturalmente, os mestres em todos os aspectos, já que eles não são afetados de forma alguma pela fraqueza de seu governo em Constantinopla. . . Nada se compara a miséria e ao sofrimento dos judeus em Jerusalém, onde habitam o bairro mais sujo da cidade, chamado de Hareth-el-yahoud, este quarteirão de imundice entre o Monte Sião e o Monte Moriá , onde estão situadas suas sinagogas – eles são os objetos constantes da opressão e intolerância dos muçulmanos, insultados pelos gregos, perseguidos pelos latinos e vivendo apenas das escassas esmolas enviadas pelos seus irmãos europeus.”
Na continuação Marx ainda informa, baseado no censo conduzido pelo imperio Otomano, que a população de Jerusalém era de 15.500 habitantes - 8.000 judeus e 4.000 muçulmanos (incluídos aí árabes, mouros e turcos).
Desde então os judeus sempre formaram a maioria da população da cidade - inclusive na parte oriental, de onde só saíram como refugiados depois da ocupação de Jerusalém pela Jordânia (1948-1967), quando a maioria de suas propriedades foi ocupada por árabes.
http://en.wikipedia.org/wiki/Islamization_of_Jerusalem_under_Jordanian_occupation
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