quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Jerusalém e os muçulmanos

Monte do Templo (Domo da Rocha e mesquita al-Aqsa), década de 1950


Em tempos em que a verdade e fatos históricos cedem cada vez mais a clichês, essa foto vem e nos lembra que nem toda a propaganda do mundo pode reescrever a história sem antes destruí-la.

Hoje em dia é muito comum ouvir que "Jerusalém é uma cidade sagrada para as três religiões abraâmicas" e que a cidade é "a terceira mais sagrada" para os muçulmanos, mas a foto acima, com a mesquita de al-Aqsa totalmente abandonada, é um emblema da real importância que a cidade tem para os muçulmanos. E essa foto foi tirada durante a ocupação jordaniana da cidade, entre 1948 e 1967!

Jerusalém no islamismo

O que Jerusalém representa para o Islã e qual a sua importancia na história muçulmana? 

-- A cidade nunca serviu como capital de um estado soberano muçulmano (apesar de mais de mil anos de ocupação árabe)
-- Não é mencionada nenhuma vez nas orações e nem no Corão (uma comparação que torna este ponto ainda mais claro: Jerusalém aparece na Bíblia hebraica 669 vezes e Sião, que normalmente significa Jerusalém e, por vezes, a Terra de Israel, aparece outras 154 vezes. Ou seja: 823 vezes no total); 
-- Não está ligada a nenhum evento da vida de Maomé


Durante a ocupação muçulmana, os árabes fizeram da cidade de Ramla a capital da província palestina. 
Os muçulmanos costumam trazer a Sura 17:1, que fala da "mesquita mais distante", como prova de que Jerusalém está no Corão. Acontece que essa "interpretação" só foi criada no ano de 682, durante o califado omíada, quando Ibn al-Zubair se rebelou contra os governantes omíadas em Damasco e conquistou a cidade de Meca. Por causa disso, o califa, que precisava de um local alternativo para a peregrinação islâmica, resolveu que seus súditos deveriam ir para Jerusalém, que estava sob seu controle. Para justificar esta mudança, a passagem 17:1 do Corão foi reinterpretada para se referir a Jerusalém -- passagem esta que originalmente se referia a uma mesquita na cidade de Medina, na Arábia Saudita. 

De acordo com Ahmad Muhammad 'Arafa, colunista do semanário egípcio al-Qahira -- que é publicado pelo Ministério da Cultura Egípcio --, o que hoje chamamos de mesquita al-Aqsa é na verdade a "mesquita de Aelia" -- do nome "Aelia Capitolina", que foi como o imperador romano Adriano renomeou a cidade depois da revolta de Bar Kokhba. Como punição aos rebeldes judeus, ele renomeou Jerusalém como Aelia Capitolina, a terra de Israel como Síria Palestina e proibiu toda e qualquer prática judaica na região. 

nos dias de hoje: crianças muçulmanas jogam futebol no "terceiro lugar mais sagrado para o islamismo" 



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