O objeto da foto é considerado por alguns como o precursor da Declaração dos Direitos Humanos. Ele contêm uma declaração, em língua acádia, do rei persa Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 AC. A sua descoberta se deu no ano de 1879 e a ONU o traduziu, em 1971, a todos seus idiomas oficiais.
O cilindro é feito de argila e, atualmente, está dividido em vários fragmentos nos quais estão escritos uma declaração em grafia acadiana, em nome do rei Aquemênida da Pérsia, Ciro, o Grande. Ele data do século VI a.C. e foi descoberto nas ruínas da Babilônia, na Mesopotâmia (atual Iraque) em 1879. É possessão do Museu Britânico (British Museum), que patrocinou a expedição responsável pela descoberta do cilindro.
O artefato foi criado após a conquista da Babilônia em 539 a.C., quando o exército persa, sob Ciro, o Grande, invadiu e conquistou o império caldeu. O texto no cilindro elogia Ciro e lista sua genealogia como um rei de uma linhagem de reis.
O rei da Babilônia, Nabonidus, que foi derrotado e deposto por Ciro, é denunciado como um ímpio opressor do povo da Babilônia e suas origens humildes são implicitamente contrastadas com a herança de Ciro. O texto diz que o vitorioso Ciro foi recebido pelo povo da Babilônia como seu novo governante e entrou na cidade em paz. Ele apela ao deus Marduk, pedindo que ele proteja e ajude Ciro e seu filho, Cambises. Ele exalta os esforços de Ciro como um benfeitor dos cidadãos da Babilônia responsável por melhorar suas vidas, repatriar os povos deslocados e restaurar templos e santuários religiosos pela Mesopotâmia e em outros lugares na região. Ele conclui com uma descrição do trabalho de Ciro de reparar as muralhas da Babilônia, na qual ele teria encontrado uma inscrição similar de um rei antigo da Babilônia. O texto do cilindro foi relacionado por alguns estudiosos como evidência da política de Ciro de repatriação dos hebreus após o cativeiro na Babilônia - um ato que o livro de Esdras (1:2-4) atribui a ele.
Conquista da Babilônia
Com a morte de Nabucodonosor II, o rei que levara o povo hebreu para o cativeiro, o império babilônio entrou na sua fase de declínio. Três monarcas se sucederam em apenas sete anos, até que, em 555 a.C., Nabônides, nobre de origem arameia, assumiu o governo, no qual conseguiu manter-se até os acontecimentos do ano 539 a.C.
Contemporâneo de Ciro, este novo monarca uniu-se a ele num primeiro momento. Todavia, depois aliou-se ao Egito e à Lídia, na vã tentativa de frear a expansão do rei persa.
Vencido finalmente por Ciro, em Ópis, próximo ao rio Tigre, Nabônides fugiu, abrindo caminho para as tropas persas conquistarem, sem muito esforço, a Babilônia, em sua ausência governada por seu filho Baltazar.
Alguns dias depois, Ciro tomou conta da cidade, mas poupou seus habitantes, e inclusive prestou culto aos deuses locais. Sabe-se, pela Crônica babilônica, de sua preocupação em preservar os lugares sagrados e manter o bom andamento dos atos litúrgicos.
No ano seguinte de seu domínio sobre Babilônia, permitiu o retorno dos hebreus à Palestina e a reconstrução do templo de Jerusalém, decretando, ao mesmo tempo, que as populações das cidades nas quais eles moravam os ajudassem a restabelecer nele seu antigo culto.
"Assim fala Ciro, rei da Pérsia: o Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da Terra, e encarregou-me de construir-lhe um templo em Jerusalém, que fica na terra de Judá. Quem é dentre vós pertencente ao seu povo, que seu Deus o acompanhe, suba a Jerusalém que fica na terra de Judá e construa o templo do Senhor, Deus de Israel, o Deus que reside em Jerusalém. Que todos os sobreviventes (de Judá) onde quer que residam, sejam providos pelos habitantes da localidade onde se encontrarem, de prata, ouro, cereais e gado, bem como de oferendas voluntárias para o templo do Deus que reside em Jerusalém" (Es 1, 2-4).
Ciro na Bíblia:
Cronicas 36:22-23 / Isaías 44:28 / Esdras 1:7-11
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