segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

'Minha Luta' de Hitler, um dos (poucos) best-sellers do mundo árabe



Filial da cadeia inglesa de varejo, a Virgin Megastore do Catar recomenda a leitura de  Mein Kampf (Minha Luta) de Adolph Hitler


O mundo árabe é o último bastião de um anti-semitismo desenfreado, desavergonhado, explícito e inacreditável. Mitos hitleristas são publicados na imprensa popular como verdades incontestáveis. O Holocausto é reduzido ao mínimo ou negado (...) É difícil de imaginar como o mundo árabe poderá um dia chegar a bons termos com Israel quando retrata os israelenses como o diabo
Os países árabes têm uma das mais baixas taxas de alfabetização do mundo -- 27,9%, ou 97 milhões de árabes, são analfabetos. 
Os árabes representam 5% da população mundial, e ainda assim produzem apenas 1% dos livros publicados no mundo, sendo a maioria deles livros religiosos. Como medida de comparação, a Espanha traduz mais livros para o espanhol a cada ano do que todo o mundo árabe tem traduzido para o árabe desde o século IX.  (Literacy and adult education in the Arab World) [2]

Ainda assim -- e apesar desses números impressionantes! --, é  no mundo árabe, e em geral no mundo muçulmano, que Mein Kampf tem tido mais edições desde 1930. Mesmo hoje, quando os Protocolos dos Sábios de Sião são o maior best-seller dos países árabes,  Mein Kampf ainda continua a ter tiragens significativas de Argel ao Cairo, de Tunis a Teerã, de Trípoli a Damasco, de Beirute a Islamabad, de Bagdá a Jacarta.

O seu sucesso foi tão grande na Palestina (antes da criação de Israel) que na sua edição de 13 de Março de 1939, o Times, de Londres, revelava que os maiores compradores fora da Alemanha eram os árabes vivendo naquele território.
Uma tradução para o árabe de Mein Kampf foi distribuída em Jerusalém Oriental e nos territórios controlados pela Autoridade Palestina (AP) e se tornou um best-seller. Em 2005, o site oficial do serviço de informação estatal palestino também publicou uma tradução árabe dos "Protocolos dos Sábios de Sião".

Mas é na Turquia que a bíblia do nazismo atingiu a maior popularidade. O livro, Kavgam em turco, está à venda em todas as cidades turcas, das livrarias mais respeitáveis as bancas de rua.

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